Investigadores estabelecem recorde de transmissão de dados por fibra ótica
Investigadores norte-americanos e espanhóis conseguiram estabelecer um novo recorde de transmissão de dados por fibra ótica, de 1.05 petabits por segundo, cerca de 35 milhões de vezes mais rápido que a velocidade média da internet em Portugal.
O recorde estabelecido, e dado a conhecer hoje pela equipa espanhola envolvida na investigação, representa a capacidade equivalente a enviar 10.000 horas de vídeo em alta definição num segundo."Equivale a mil milhões de megabits", explicou à Lusa, Jesús Liñares, um dos investigadores do Grupo de Ótica Integrada, Fibras Óticas y Metrología Ótica do Departamento de Física Aplicada de la Universidade de Santiago de Compostela (USC) que colaborou no projeto do NEC Laboratories America, da Corning e da Universidade de Princeton. Explicar a velocidade conseguida envolve números de uma dimensão difícil de imaginar para os utilizadores de hoje da internet. O valor de 1.05 petabits equivale a um trilião de bits ou 35,2 milhões de vezes mais do que os 4,8 Mb (33,6 milhões de bits) que foi a velocidade média das ligações à internet, em Portugal, no quarto trimestre de 2012, segundo o estudo "State of the Internet" da consultora Akamai. Mesmo os utilizadores do país com as ligações médias mais rápidas, a Coreia do Sul (14,7 MB/s, três vezes superior de Portugal) estão longe dos números testados com a nova fibra ótica que, explica Liñares, é como "construir várias autoestradas, umas sobre as outras". "A experiência demonstra o que se pode fazer com esta nova fibra neste momento. O problema é que os dados transmitidos chegam ao final e encontram um nó. É como numa autoestrada onde vão muitos carros a grande velocidade, mas depois fazem engarrafamento nas portagens", refere o investigador. "Aqui demonstramos que se podem fazer autoestradas muito grandes - neste caso o equivalente desta fibra ótica seria construir várias, umas sobre as outras - mas que ainda temos que esperar que a tecnologia final esteja preparada para receber esta velocidade de dados", explicou. A fibra aplicada nesta experiência - onde é possível introduzir bastantes mais canais que na fibra ótica usada atualmente - permite canalizar mais informação e de maior qualidade e pode até, ser comercialmente vantajosa, no futuro. Um exemplo são as ligações transoceânicas que podem beneficiar com esta tecnologia. "Se usarmos estas fibras - com 15 ou 20 vezes mais capacidade -, o tamanho total físico do cabo transoceânico, o seu peso, reduz-se significativamente e isso teria vantagens na instalação", explicou. Quanto ao utilizador final, explica, o impacto poderá sentir-se apenas dentro de 15 ou 20 anos, quando os routers, modems e outros dispositivos de ligação à rede sejam melhorados e desenvolvidos para absorver as novas velocidades. http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=626153&tm=7&layout=121&visual=49
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