Eletrônicos controlados pelo cérebro
Novas tecnologias poderão permitir que pessoas executem tarefas com seus aparelhos usando só o pensamento
Na semana passada, engenheiros descobriram, vasculhando o código de
programação do Google Glass, algumas maneiras ocultas de as pessoas
interagirem com computadores sem precisar dizer uma palavra. Entre elas,
um usuário poderia mexer a cabeça para ligar ou desligar os óculos. E
uma simples piscada poderia ordenar o registro de fotografias.
Mas não espere que gestos como esses sejam necessários por muito tempo.
Em breve estaremos interagindo com nossos smartphones e computadores
usando nossa mente. Dentro de alguns anos, poderemos apagar as luzes de
casa apenas pensando nisso. Ou enviar e-mail do nosso smartphone sem
sequer tirar o aparelho do bolso.
Pesquisadores do Emerging Technology Laboratory, da Samsung, estão
realizando testes com tablets que podem ser controlados pelo cérebro
mediante o uso de um capacete (semelhante ao de esqui) equipado com
eletrodos de monitoramento.
Alguns produtos de leitura pelo cérebro ainda imperfeitos já existem e
permitem às pessoas jogar games fáceis ou mover um mouse na tela. A
NeuroSky lançou recentemente
um fone de ouvido com Bluetooth que pode monitorar pequenas mudanças nas
ondas cerebrais e que possibilita às pessoas jogar games, que exigem
concentração, em computadores e smartphones.
Muse, um aro de cabeça leve, sem fio, pode interagir com um aplicativo
que "exercita o cérebro", forçando as pessoas a se concentrarem em todos
os aspectos de uma tela.
Os produtos comercializados hoje logo estarão ultrapassados. "Atualmente, para entender realmente o que se passa no cérebro de uma pessoa você necessita implantar cirurgicamente um chip na sua cabeça", disse John Donoghue, neurocientista e diretor do Brown Institute for Brain Science.Mas o chip dentro da cabeça deverá em breve desaparecer à medida que os
cientistas conseguirem uma maior compreensão do cérebro e, assim, de
tecnologias que aprimoram as interfaces cérebro-computador.
Mesmo com avanços cada vez mais velozes, novos desafios surgirão à
medida que os cientistas precisarem determinar se a pessoa deseja buscar
na web algo específico ou se apenas está pensando num tópico aleatório.
"Se estou pensando num filé ao ponto num restaurante, não significa que
eu quero comer isso", diz Donoghue.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
Essas novas tecnologias trarão, com certeza, inúmeros benefícios à humanidade. Entretanto, em um meio social em que o limite entre a vida pública e a privada se faz quase que imperceptível, os nossos pensamentos, que são o exclusivo meio pelo qual temos total privacidade, podem ser atentados pela possibilidade de torná-los informações que caem em maõs de quem nos monitora ou que se espalham pela internet sem o nosso total controle.
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